sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CAIXA DE SAPATOS


Quando preciso de algum documento, ou quando quero reler alguma carta ou mesmo ver uma foto antiga, vou para o meu quarto e abro a minha indefectível caixa de sapatos. Uma caixa amarelada, empoeirada e esquecida em alguma gaveta do armário; com todo cuidado vou esmiuçando seu conteúdo; vejo vários papéis e objetos, encontro algumas coisas dentro dela que ainda me surpreendem e assustam, outras me fazem relembrar algumas pessoas ou fatos que fizeram parte da minha vida, mas o certo é que começo uma viagem de volta ao passado, uma viagem invariavelmente nostálgica e empolgante; algumas vezes reflexivas ou apenas carregadas de lembranças de um tempo que já se foi, de pessoas que já se foram, momentos únicos e importantes que jamais se repetirão.


Entre um papel e outro vou navegando, remexendo esse mar de informações e registros, coisas que marcaram minha vida, episódios que vivi de forma intensa, memórias que ainda reverberam na minha alma. Pergunto-me num determinado momento se vale a pena manter guardadas todas essas lembranças; pergunto se eu poderia trazer tudo ali para os dias de hoje, o que valeria a pena reviver ou rebuscar?


Mas como seres controversos e limitados que somos é quase impossível saber se alguma coisa foi realmente edificante, agradável ou positiva em nossas vidas, temos nosso campo de visão comprometido com falsos valores, idéias equivocadas, talhadas por influencias de um mundo cada vez mais decadente, cruel e carente de amor.


Será que existe alguma coisa pela qual deveríamos lutar novamente? Correr o risco de defender? Reler? Ou tudo o que passou - coisas boas ou más - deve permanecer no passado, esquecido dentro de uma velha caixa empoeirada dentro do armário?

E você? Tem uma caixa dessas por acaso? Duvido?

3 comentários:

  1. E quantos momentos inesquecíveis ficam dentro dessas caixinhas, só esperando que sejam novamente abertas para que sejam revividos.

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  2. Seria indelicado pedir que me cite um?

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    1. Momentos assim se citados, correm o risco de perder o encanto, melhor se revividos.

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