terça-feira, 26 de junho de 2012

ELISE



A vida é uma morte silenciosa
Que vem sorrateiramente nos calando aos poucos
 
Que nasce e se afoga nas lembranças do que não vemos
O que faz sentido pra você deixa de existir pra mim

O que corre também morre, e o que morre ninguém socorre!




Nascemos e crescemos
Qual homem do futuro
Passando pelos anos
Que se cerram enquanto inocentemente procuramos

Fecham-nos as portas
Fecham-nos a cortina
Roubam-nos os sonhos
Apagam-se as luzes

Até onde essa máquina do tempo poderia nos levar?

Cremos no amanhã
Presos ao passado
Paradoxo temporal
Inevitável
Inexorável morte!

Ela caminha para nos abraçar, nos alcançar
Enquanto tentamos fugir correndo ao seu encontro
Ela vem com sua impiedade
Livrando-nos dessa dor banal
 
Vem no seu cavalo maestro
Conduzindo sua miserável inquietude
Cumprindo sua tarefa, o destino

Sinto uma lenta e ineficaz pulsação
Dando ordens ao meu coração

Quero fugir do meu mundo
Quero vê-la num segundo
Quero encontrá-la
Talvez no deslumbrante multiverso a encontre!
 
Onde está você?

Sou seu último suspiro
Sou seu derradeiro sopro
Seu fôlego de vida
Sua única saída

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