segunda-feira, 12 de novembro de 2018

RESUMO DA ÓPERA


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A vida moderna nos comprou, nos prometeu facilidades aparentes, nos prometeu alçar o lugar mais alto do pódium, sucesso nos negócios, nas realizações pessoais, nas relações humanas, nas conquistas em geral.

O trem bala da vida nos enganou, nos ofereceu prosperidade, casa cheia, mesa farta, boas escolas, carrões da hora e incontáveis amigos "azuis".

A tecnologia nos cegou, fez crer que tudo seria mais fácil, mais ágil, mais interessante e atraente. Ela nos escravizou, disse que de hoje em diante teríamos que nos dedicar mais a ela do que a contemplar o belo, o lugar mais singelo, a amizade mais profunda.

A velocidade nos ultrapassou, essa mesma velocidade que a tecnologia criou, e que em algum momento no passado se apresentou inofensiva, necessária e amiga. Cegamos todos juntos, perdemos o norte, ficamos a mercê de máquinas e apps, ficamos presos nos engarrafamentos das redes sociais, das postagens triviais, do engodo, no fato de que ter é melhor do que ser, no fato de quem tem é alguém, e quem não tem não é ninguém!

O foguete da informação nos atropelou, nos condicionou a saber sobre tudo, a opinar em áreas que sequer temos o mínimo conhecimento, no fez guerrear uns contra os outros, nos fez virar a cara para quem nos é caro. Nos separou, nos isolou e nos excluiu; ruiu com os laços de afeto comum que havia, aniquilou amizades antigas, nos fez agressivos, injustos e soberbos!

Tudo aquilo que nos foi vendido como algo bom, hoje, nos cobra a alta conta; não dormimos mais, nãos desaceleramos nossa mente com facilidade, não nos desplugamos do mundo e das coisas, quando deveríamos estar ligados àquilo que de fato tem valor: nossos filhos, pais e amigos. Dispensamos mais atenção aos cães e gatos do que aos nossos vizinhos e colegas de trabalho ou escola.

A vida moderna nos comprou, nos enganou, nos cegou, nos ultrapassou, nos atropelou e nos matou!

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