quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O QUANTO TEMOS QUE ESPERAR




Quantas ondas ainda terão que arrebentar nas pedras?
Quantos sóis ainda terão que se pôr?
Quantas esperanças se renovarão na madrugada sombria?
Quantos suspiros antes do fim de tudo?



Quantas caras terei que ser?
Quantos mundos iremos queimar?
Quantos beijos serão postergados?
Quantos lampejos de felicidade ecoarão?

Quantos amigos se perderão no caminho?
Quantas mulheres famintas se enternecerão?
Quantos dias para que o coração se dilacere?
Quantos soluços embargados escutarei?

Quantas vezes serei abismo sem lirismo?
Quantos lábios ansiosos aquietarei?
Quantas medidas de maldade suportarei?
Quantas noites sem açoites, sem amor, sem sexo e sem fé a buscarei?

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